quinta-feira, 23 de abril de 2009

Tentando responder para mim sobre o deve haver algo que não muda na estrutura de pensamento de uma pessoa

(tentanto encontrar o email onde pergunto pelo algo que não muda, tentei, em 2005, encontrar uma resposta, ainda que seja simples demais, ainda que não tenha me levado à continuidade das pesquisas na época, pensei ser importante repensar o que escrevi na época_ e vou tentando ver onde está o email que me levou a derivar para a existência de uma 'base' nos tópicos da estrutura de pensamento)
Pressuposto possível e inicial: tópico emoções determinante aliado ao tópico semiose «cantar» e outros dados semióticos referentes à música formariam o domínio de EP sendo que a busca por este mundo da arte manifestou-se desde muito cedo.
Conflito: o amor como ponto central do modo de existir, ao perder o pai, o amor por alguém vivenciado em forma de «não’s», a «perda» de duas pessoas amadas. Como se o tópico 4 ficasse sem sentido, como se aquilo que constitui ML em sua unidade de ser humano e que teria lhe dado grandes alegrias agisse como um pharmakon, como a existência do outro lado das emoções. Embora ela diga que só agora compreendeu que tudo é «amor» pode-se ver pela historicidade que este tópico esteve presente em sua vida, principalmente através de sua música. O amor por tudo denegado em função de uma espécie de “traição” da vida, o colocar a culpa na própria representação de mundo, então responsável pela dor e sofrimento. Nada mais natural, por uma lógica intuitiva, de desejar acabar com uma das partes que a constituíam tão determinanentemente, o tópico emoção e que a ele esteve vinculado até os 40 anos de idade. Parar de cantar como solução para denegar o tópico de onde o mundo se origina enquanto vida. Mas como não viver algo que se ama tanto? A mudança na voz, o ficar sem voz pode ter sido o submodo infomal via «tradução das emoções» que ML encontrou para sair de sua representatividade de como o mundo lhe parecia até então_ até a perda do pai e do amor não correspondido. O conflito não é difícil de ser visto, mas como mostrar isso a um ser humano? Seria possível, no caso de ML, por ser uma pessoa inteligente e com sensibilidade, explicar o que acontece ou se deve sempre usar submodos sem explicar o porquê do caminho utilizado?
Que submodos utilizar com M.?, para fazê-la compreender que «o acabar» com 2 tópicos dominantes que formam sua estrutura é «submodo informal» que ela estaria usando para sentir-se como vinha se sentindo?_ «um zero à esquerda». Não sei, acho que eu tentaria algo no sentido de despertar-lhe momentos de amor à música de uma forma que não estivesse este amor vinculado ao mesmo tempo e com a mesma intensidade aos seres humanos, pois o conflito parece vir daí, dores a partir do amor a algumas pessoas logo dores a partir do amor à música. Talvez música nos instantes da terapia, enraizamentos que trouxessem imagens queridas de algo que tanto ama, talvez até um acompanhamento a um recital, um sarau de músicos, concertos, coisas do gênero fosse um submodo que a levasse de volta ao que ama. Viver junto com a partilhante o valor que colocou na vida e o qual denega por julgar de repente que este mesmo valor foi o responsável pelos maiores sofrimentos e perdas das pessoas que amou «o amor como valoração da vida, e das coisas onde se colocou este valor, formaria o T 18, axiologia». Inferência rápida: o amor à música e o amor às pessoas, haveria uma união inseparável entre o amor ao dado de semiose que domina sua EP e o modo como estabelece interseção com as pessoas? Parece que sim: a música como justificação existencial, o amor à música, o amor às pessoas, o pré-juízo de que o amor vindo do outro salvaria sua vida, armadilha conceitual a partir de uma possível posição de ficar refém do amor do outro, numa associação tópica, talvez ela se sinta refém do amor à música, será que o seu dom foi aceito nos momentos de dores e sofrimentos?, ou foi só quando trouxe alegrias que teve receptividade verdadeiraem direção aos outros tópicos que a constituem?

Outras hipóteses:
Tópicos predomintantes: T4 & T 15 associados ao T 18 enquanto valoração de vida «a própria respiração da cantora, como se observa pelo relato»
Tópicos vinculados aos dominantes, isto é, de T4 & T5 os outros tópicos se derivariam, como por exemplo:
« T 4 & T 15 » formando a base de T 1_ logo, o mundo parece ter que se constituir sempre de «amor» e «música».
« T 4 & T 15 » formando a base de T 2_ logo, o que a partilhante acharia de si mesmo poderia ser traduzido através de sua arte o que comporta sensibilidade, talvez o amor que sentia pela vida sem que tivesse percepção sobre isso.
« T 4 & T 15 » formando a base de sensorial e abstrato_ logo, a efetivação do dado de semiose «música» ao realiza-se por meio da vivência da música enquanto que o abstrato seria vivido em função do próprio abstrato singular de ser-artista, também através de dados de semiose que envolvem «o tópico dominante» como poesia, linguagem, literatura, a sensação de uma paisagem, de um toque, etc, poderiam ser verificados ao longo da terapia.
« T 4 & T 15 » formando a base de um pré-juízo novo que levaria ao próprio conflito existencial dos tópicos dominantes_ é possível inferir realmente a denegação/destruição do tópico vital?_ «o amor trazendo sofrimentos deve ser destruído» os tópicos vinculados entrariam junto e a ep simplesmente se autodestruiria levando a um estado de angústia no limite da vontade de vida. Este novo tópico de pré-juízo alimentaria o estado atual do conflito, serviria ao propósito mesmo de dar continuidade à desestruturação da ep. A possibilidade do tópico específico e dominante agindo com o seu outro lado «pharmakon, veneno», um raciocínio que parece dialético, mas não, ainda não consegui extrair disso o que «sinto» pois não seria somente um conflito entre os tópicos, mas algo que vai mais fundo.
« T 4 & 15 » vinculados com muita força ao significado de representação de vida formariam uma paixão dominante impulsionada pela sua busca contínua.
« T 4 & T 15 » enquanto traziam alegria, constituíam-se em discurso completo, no momento em que lhes foi atribuído um significado de dor e sofrimento, angústia, o discurso completo foi interrompido, como se continuar a vivenciá-los fosse dar continuidade à dor e à angústia. Associação dos tópicos dominantes com aquilo que eles proporcionam a quem os vivencia poderiam desviá-los do discurso completo e como vivenciá-los em discurso incompleto tornariam a ep caótica em seu viver no cotidiano, com oscilações, este desvio junto ao novo pré-juízo daria uma força maior ainda ao processo iniciado da desestruturação da ep. Assim, um novo pré-juízo e um novo significado de T 4 & T 15 vivenciados fora do discurso completo proporcionando um processo existencial novo, porém caótico e em conflito de topicidades, poderiam conduzir ainda mais um tópico: um novo padrão de armadilha conceitual pode iniciar facilmente e se imerso nele por muito tempo a ep correria o risco de não conseguir mais sair deste contexto e retornar ao seu modo de ser vital.
*Rapidamente foi isso que senti no relato, daria para especificar de forma analítica os pré-juízos, valores, papéis existenciais, categoria lugar, relação, etc, mas curti mais elaborar as hipóteses a partir do que meus «olhos» viram em primeira mão. (rever o texto)
*Informação dirigida[1] para filtrar representações, percepções, etc. (versus capacidade de se colocar no lugar do outro) (rever)
*Não sei o que fazer com essas hipóteses precipitadas desse segundo exercício clínico, só sei que é legal de elaborar hipóteses existenciais. Daria para verificá-las em um partilhante sem causar-lhe maiores danos? (rever)

[1] Vejo nos submodos uma informação dirigida o tempo todo, já que não fica claro a razão da «mão estendida» nos gestos sutis dos filósofos clínicos em direção ao partilhante.

Um comentário:

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